Um vento forte atingia o pensamento
Mudava o rumo para não ter o que pensar
Atirava os sonhos no banhado do porteiro
E a noite fria vinha grande me atarracar
Tracei caminhos pra seguir no outro dia
A alma encilhando novos fletes a domar
Nas invernadas me perdi em longas distâncias
Matei as ânsias extravasando no cantar
Fogões acalmavam e oh Deus e as inverneiras
Almas campeiras, solitárias, no galpão
Eram sonhos xucros embaralhados ao minuano
Que o aragano há muito tempo já levou
Lá fora a vida se desmanchava na chuva fina
Em meio às tropas, coitadas, a me esperar
E um quero-quero se anunciava na coxilha
Ensaiando rimas, saudosas, a me matar
O mesmo fogão, companheiro velho, me vê ausente
E até o poente se esqueceu do meu olhar
Hoje canto rimas, de fogões e longas tropeadas
Almas do campo, me levando a recordar
*Barbara Kelly Gonçalves dos Santos
Este é um poema da Bah, minha companheira acadêmica. Ela sente a essncia do mundo caipira e expressa muito bem em palavras.
Bah, obrigada por disponibilizar esta linda obra.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Sta Luzia Rural - Taubaté/SP
"Cemitério do bairro Sta Luzia Rural e o Coreto da praça"... Foto: Juliana Rocha Antunes
"Mozart e Ludmila historiando o cemitério Sta Luzia Rural"... Foto: Juliana Rocha Antunes
"Igreja Sta Luzia e coreto da praça"... Foto: Juliana Rocha Antunes
"Altar da Igreja Sta Luzia Rural"... Foto: Ludmila Pena Fuzzi
Neste domingo, 09/05/2010, a expedição pelos bairros rurais de Taubaté foi acompanhada pela Historiadora Ludmila Pena Fuzzi, especialista em cemitério. Nesta missão houve análises bastante pertinentes que serão publicadas em breve.
Tivemos o contato com alguns moradores antigos do bairro, eles nos informaram que o cemitério foi desativado a mais de quarenta anos, e a Igreja foi construída por escravos.
Faremos um estudo mais aprofundado para confirmar estas afirmações.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Click's de um olhar: conhecendo o desconhecido
Isso é Taubaté/SP... Ribeirão das Antas... Foto: Juliana Rocha Antunes
Sinônimo de uma economia leiteira... Foto: Juliana Rocha Antunes
Btizando-me no Ribeirão das Antas... Foto: Mozart Fraga Matins...
É Mozart, a paisagem é admirável... Foto: Juliana Rocha Antunes...
Não seria nada mau ter um escritório aqui... Foto: Mozart Fraga Martins...
Ribeirão das Antas e seu fator econômico em meados de 1950
Foto das Vacas pastando a beira da estrada do Ribeirão das Antas, no dia 02/05/2010. Registrada por Juliana Rocha Antunes.
O bairro está situado entre Taubaté e Redenção da Serra, no Vale do Paraíba, mas a maior parte está localizada na cidade de Taubaté. O acesso para a região é feito pela Rodovia Oswaldo Cruz, que liga Taubaté a São Luiz do Paraitínga, e a entrada é após 16 km, saindo de Taubaté. Em seguida o acesso é feito por uma estrada municipal que se encontra em péssimas condições de uso. O acesso continua o mesmo dos anos de 1950, nada mudou, nem as péssimas condições da estrada municipal.
A economia era baseada na produção de leite para as usinas, porém as técnicas utilizadas eram atrasadas, rendendo diariamente 2,5 litros de leite por cabeça. Normalmente uma vaca normal, sem ser selecionada, produz de 5 a 10 litros de leite por dia. Esta comparação mostra bem o quanto eram atrasadas as técnicas dos produtores da região, em 1950.
Os moradores da região também mantinham uma economia de subsistência e a criação de porcos e galinhas, no qual consumiam uma parte e vendiam o restante em Taubaté.
Fazendo um paralelo com os dias atuais, uma observação sem valores científicos. Podemos notar nos passos dados na estrada do bairro a presença da vaca leiteira a região, o que nos da como conjetura a permanência da economia leiteira no local. Está hipótese será analisada, e futuramente registrada neste blog.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Formação dos povoados rurais paulista: religiosidade em foco
Foto registrada por Juliana Rocha Antunes.
Esta é a Igreja do bairro das Samambaias, que se localiza a beira da Bacia do Ribeirão das Antas. Nela temos muito que desbravar, pois neste mesmo terreno residiu a Capela de Santa Cruz, que, foi demolida, devido as péssimas condições estruturais, para a construção desta Igreja que não leva o mesmo Padroeiro.
A Igreja Católica faz parte da formação dos bairros rurais paulistas até meados de 1950, e temos como objetivo descobrir se estas têm os mesmos valores nos anos de 1990.
A festa tem funções alem do religioso, ela também oferece recreação para a comunidade. Em meados de 1950, ela era composta por um festeiro, homem da comunidade que organiza, juntando prendas para a festa de dia de ano, que é realizada no dia do Padroeiro da Igreja. Geralmente, a cada ano a Igreja tinha um festeiro diferente, que era escolhido pelos moradores, para proporcionar estas atividades religiosas, como procissões, novenas, leilões de prendas e entre outras. Mas esta característica não é seguida em todos os bairros, podendo sofrer alterações estruturais.
Estas características são marcantes em 1950, de acordo com estudiosos como Robert W. Shirley, Antonio Candido e Maria Isaura Pereira de Queiroz, mas com o êxodo rural algumas características podem ser alteradas.
Como exemplo, na Igreja do bairro das Samambaias não há mais a presença dos festeiros, o que conseqüentemente se perde o valor cultural da sua formação anterior, sentido pelos moradores antigos que manifestam uma angustia, explanando a insatisfação por ver a Igreja, que era motivo de lazer, que aprenderam a ter fé, se acabando.
“Hoje são poucas as pessoas presentes na festa de ano, antes era mais animado, tinha doce para todo mundo e hoje o pouco doce que temos vai para as crianças.” Isto é o que revelam os moradores de lá.
Já as missas são realizadas apenas quando um padre vai oficializar, caso contrario, o bairro tem um ministro da eucaristia para fazer uma reza e dar a comunhão aos moradores.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Por que historiar o mundo caipira
O vago conhecimento desta classe torna-se intrigante. Não sou deste mundo, nasci e vivi num meio urbanizado, mas ele pertence as minhas raízes passadas e perturba-me não (re)conhecer estas origens. A partir desta sedutora questão eu resolvi rastrear este mundo.
Pessoas inábeis podem pensar que eu não posso compreender este mundo por que eu nunca fiz parte, diretamente, dele, porém, os maiores pesquisadores, que desenvolveram estudos a respeito, em meados das décadas 1950 e 1960, como sociólogos, antropólogos, historiadores e entre outros, não partiram deste mundo, mas engendraram-se nele e criaram estudos fabulosos. A realidade é que para qualquer estudo historiográfico, ou de outro caráter científico, é necessário ser imparcial, curioso, dedicado e, jamais, preconceituoso.
Sendo assim, pretendo estudar uma sociedade que, a meu ver, está ficando no esquecimento, pois, a cada geração paulista que vem ao mundo, desconhece mais a sua história e as razões, talvez, sejam causadas por uma sobreposição da cultura urbanizada que se fixou no mundo caipira, já que o meio urbano mostra-se dominador aos mais fracos.
Pessoas inábeis podem pensar que eu não posso compreender este mundo por que eu nunca fiz parte, diretamente, dele, porém, os maiores pesquisadores, que desenvolveram estudos a respeito, em meados das décadas 1950 e 1960, como sociólogos, antropólogos, historiadores e entre outros, não partiram deste mundo, mas engendraram-se nele e criaram estudos fabulosos. A realidade é que para qualquer estudo historiográfico, ou de outro caráter científico, é necessário ser imparcial, curioso, dedicado e, jamais, preconceituoso.
Sendo assim, pretendo estudar uma sociedade que, a meu ver, está ficando no esquecimento, pois, a cada geração paulista que vem ao mundo, desconhece mais a sua história e as razões, talvez, sejam causadas por uma sobreposição da cultura urbanizada que se fixou no mundo caipira, já que o meio urbano mostra-se dominador aos mais fracos.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Belos Passos
Boa Tarde a todos...
Hoje resolvi voltar a publicar meus passos ao historiar a vida caipira da cidade de Taubaté/SP...
O meu objetivo como pesquisadora é historiar à vida dos homens residentes a margem da Bacia do Ribeirão das Antas e este blog me servirá de ferramenta para dividir este estudo com a sociedade, e outras achados e retratos que toparei durante a minha trajetória...
Este bairro, que é meu objeto de estudo, situa-se a beira da Rodovia da Oswaldo Cruz, que liga Taubaté a São Luiz do Paraitinga...
Este post foi um test drive.... Em breve colocarei mais informações e fotos....
Hoje resolvi voltar a publicar meus passos ao historiar a vida caipira da cidade de Taubaté/SP...
O meu objetivo como pesquisadora é historiar à vida dos homens residentes a margem da Bacia do Ribeirão das Antas e este blog me servirá de ferramenta para dividir este estudo com a sociedade, e outras achados e retratos que toparei durante a minha trajetória...
Este bairro, que é meu objeto de estudo, situa-se a beira da Rodovia da Oswaldo Cruz, que liga Taubaté a São Luiz do Paraitinga...
Este post foi um test drive.... Em breve colocarei mais informações e fotos....
Assinar:
Postagens (Atom)