Um vento forte atingia o pensamento
Mudava o rumo para não ter o que pensar
Atirava os sonhos no banhado do porteiro
E a noite fria vinha grande me atarracar
Tracei caminhos pra seguir no outro dia
A alma encilhando novos fletes a domar
Nas invernadas me perdi em longas distâncias
Matei as ânsias extravasando no cantar
Fogões acalmavam e oh Deus e as inverneiras
Almas campeiras, solitárias, no galpão
Eram sonhos xucros embaralhados ao minuano
Que o aragano há muito tempo já levou
Lá fora a vida se desmanchava na chuva fina
Em meio às tropas, coitadas, a me esperar
E um quero-quero se anunciava na coxilha
Ensaiando rimas, saudosas, a me matar
O mesmo fogão, companheiro velho, me vê ausente
E até o poente se esqueceu do meu olhar
Hoje canto rimas, de fogões e longas tropeadas
Almas do campo, me levando a recordar
*Barbara Kelly Gonçalves dos Santos
Este é um poema da Bah, minha companheira acadêmica. Ela sente a essncia do mundo caipira e expressa muito bem em palavras.
Bah, obrigada por disponibilizar esta linda obra.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
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